SINOPSE:
Uma fotobiografia que cobre toda a extensa carreira de um dos maiores atores brasileiros desde a sua estreia, ainda como amador, no espetáculo Esquina Perigosa (1947), até as atuações mais recentes no teatro, cinema e televisão. Apoiado na força expressiva e documental das imagens fotográficas, o livro ganha um charme extra pelas observações pessoais feitas pelo ator. Os comentários escritos para acompanhar o material fotográfico são quase sempre divertidos e informais, como no momento em que lembra da reação de uma prima à sua primeira aparição no palco: "Você estava natural, mas sua voz é muito fraca, não dá para teatro". O público e a crítica se encarregaram de desautorizar, nos anos seguintes, aquela primeira impressão. Os quase sessenta anos de vida artística são também avaliados em breves notas da crítica especializada, que ajudam a compreender sua presença permanente no panorama cultural do país, dos anos 1940 até hoje. "Protagonista nato" nas palavras de Yan Michalski, Autran marcaria posição como um dos atores-símbolo do teatro moderno brasileiro, a ponto de já em 1950 um crítico com o rigor de Décio de Almeida Prado sentenciar, depois de assistir sua composição para o personagem Balabanoff, de Amanhã, se não chover: "A criação de Paulo Autran nos acompanhará por muitos anos". O livro também registra parcerias de longa data, como as que ocorreram com Ziembinski, Tônia Carrero, Maria Della Costa, Cacilda Becker e Cleide Yáconis, ou de projetos mais recentes, com Cássio Scapin e Matheus Nachtergaele, por exemplo. Em uma perspectiva histórica, que vem da fase áurea do TBC (Teatro Brasileiro de Comédia) aos dias atuais, há ainda referências ao convívio e aos processos de criação compartilhados com outros grandes artistas, como Glauber Rocha, a quem o ator credita "um motivo para eu me orgulhar da minha carreira". Trata-se, enfim, de uma história do teatro brasileiro através do olhar do seu principal integrante. Um documento indispensável.\n